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Desde a sua gestação, o
cinema sempre teve lugar de destaque no Dragão do Mar. O ator e diretor
Ricardo Guilherme retoma os anos 1990 e lembra bem o esforço dos
artistas de teatro para garantir espaço no equipamento. “O formato
original tinha três salas de cinema. Nós brigamos para que a sala do
meio fosse transformada num teatro, como é ainda hoje. Desde o começo, o
Dragão demonstrou uma vocação maior para o cinema”, recorda, lamentando
o fim da parceria do Unibanco com o centro cultural.
Um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, Delberg Ponce de Leon, faz coro ao pensamento de Guilherme e diz que os pilares do Centro Dragão do Mar eram o cinema e as artes plásticas. “Daí, os vários espaços museológicos e os vários cinemas”, explica. Ponce de Leon diz que o conceito apresentado pelo secretário da Cultura do Estado à época, o jornalista Paulo Linhares, era de implantar o conceito de “multiplex” na cidade, possibilitando uma oferta de cinema ampla e diversificada num mesmo local.
Triste com o fim da parceria de mais de uma década entre o Dragão do Mar e o circuito Unibanco de cinemas, o arquiteto, no entanto, se diz otimista e espera que o episódio seja a gota d’água que faltava para que o equipamento reencontre sua força original. “O Dragão não tem problema de público. Ano após ano, registra números surpreendentes de visitação. Mesmo assim, vive dias difíceis. O centro cultural perdeu a centralidade que tinha no Governo nas gestões anteriores. O Dragão sofre hoje uma espécie de desprestígio político, que eu espero que se reverta, porque o equipamento já conquistou um lugar muito importante no Ceará”, avalia.
A breve nota de três linhas reafirma o término do contrato de patrocínio entre Itaú e o cinema, informando ainda que os clientes portadores de cartões Itaú terão desconto de 50% nos ingressos somente até 30 de abril. Por telefone, a assessoria de imprensa do banco não especificou os motivos para o término do contrato, apenas esclareceu que as salas de cinema estão passando por um processo de renovação em todo o País e que novas salas abrirão em outras cidades ainda este ano.
A fotógrafa Nely Rosa conta que sempre foi frequentadora assídua dos cinemas desde a implementação do equipamento no Dragão do Mar. Apesar de não saber o porquê da decadência, ela reafirma a qualidade dos filmes exibidos. “É com muita tristeza que eu vejo isso. A melhor programação de cinema da cidade ainda é a do Dragão do Mar. A gente já não tem quase nada e o que presta ainda pode ir embora”, lamenta.
O POVO apurou que o cinema é da empresa paulista Cinespaço e que o Itaú-Unibanco bancava a manutenção. Segundo Franzé Santos, o relações públicas do espaço, as duas salas somam 360 lugares, e não 600, como foi publicado ontem. Ele afirma ainda que, até 2005, período em que foi gerente das salas, a média de público por fim de semana era de 10 mil espectadores, e que, atualmente, esse número gira em torno de 1 mil. “Antes, as salas não comportavam o público. Eram filas que dobravam quarteirão. Fizemos mostras maravilhosas”, lembra Franzé.
Para ele, o cinema passa por um processo de decadência devido à má administração da atual gerência paulista, e, não, especificamente do Centro Dragão do Mar. “Antes, os funcionários assistiam aos filmes, eram treinados. O cinema ficou sendo o queridinho da cidade, foi eleito pela crítica como o melhor. Hoje, a administração optou por um caminho diferente, que afundou”, critica.
Para o filósofo e mestre em sociologia Adriano Caetano, o baque da perda do Espaço Unibanco é apenas um dos problemas que o Dragão do Mar tem urgência em enfrentar. “A insegurança no entorno do Dragão é constante”, aponta o também membro do Conselho de Leitores do O POVO. Adriano diz ter diminuído a frequência com que acompanha a programação do centro cultural nos últimos cinco anos, sobretudo pelo aumento dos casos de violência. Embora afirme considerar o cinema como um dos pontos fortes do equipamento, o pesquisador destaca que a impressão da situação atual do Dragão é de abandono. “O Governo deixou de ter o equipamento como uma prioridade”, opina. “Precisa de mais cuidado, mais segurança. Antes, a estrutura era melhor. Dá impressão que o Governo não tem mais o Dragão como um aparelho cultural, parece que ele está ali como um elefante branco, descuidado. Com o tempo, houve uma requalificação daquela área, mas não foi completa. As pessoas estão sendo assaltadas, a programação também caiu muito na qualidade”, reclama.
Fonte: O Povo
Um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, Delberg Ponce de Leon, faz coro ao pensamento de Guilherme e diz que os pilares do Centro Dragão do Mar eram o cinema e as artes plásticas. “Daí, os vários espaços museológicos e os vários cinemas”, explica. Ponce de Leon diz que o conceito apresentado pelo secretário da Cultura do Estado à época, o jornalista Paulo Linhares, era de implantar o conceito de “multiplex” na cidade, possibilitando uma oferta de cinema ampla e diversificada num mesmo local.
Triste com o fim da parceria de mais de uma década entre o Dragão do Mar e o circuito Unibanco de cinemas, o arquiteto, no entanto, se diz otimista e espera que o episódio seja a gota d’água que faltava para que o equipamento reencontre sua força original. “O Dragão não tem problema de público. Ano após ano, registra números surpreendentes de visitação. Mesmo assim, vive dias difíceis. O centro cultural perdeu a centralidade que tinha no Governo nas gestões anteriores. O Dragão sofre hoje uma espécie de desprestígio político, que eu espero que se reverta, porque o equipamento já conquistou um lugar muito importante no Ceará”, avalia.
Má administração
Depois que O POVO
publicou a matéria sobre os cinemas, o Itaú, responsável pelo contrato
do Espaço Unibanco de Cinema com o Dragão do Mar, manifestou-se em nota.
Segundo o banco, não há mais interesse em manter as duas salas.
Diferentemente da nota publicada pelo Dragão do Mar, informando que a
instituição “resolveu encerrar parcerias em diversas salas de cinema em
todo o País”, apenas algumas salas em Santos deixarão de ser do
Itaú-Unibanco.A breve nota de três linhas reafirma o término do contrato de patrocínio entre Itaú e o cinema, informando ainda que os clientes portadores de cartões Itaú terão desconto de 50% nos ingressos somente até 30 de abril. Por telefone, a assessoria de imprensa do banco não especificou os motivos para o término do contrato, apenas esclareceu que as salas de cinema estão passando por um processo de renovação em todo o País e que novas salas abrirão em outras cidades ainda este ano.
A fotógrafa Nely Rosa conta que sempre foi frequentadora assídua dos cinemas desde a implementação do equipamento no Dragão do Mar. Apesar de não saber o porquê da decadência, ela reafirma a qualidade dos filmes exibidos. “É com muita tristeza que eu vejo isso. A melhor programação de cinema da cidade ainda é a do Dragão do Mar. A gente já não tem quase nada e o que presta ainda pode ir embora”, lamenta.
O POVO apurou que o cinema é da empresa paulista Cinespaço e que o Itaú-Unibanco bancava a manutenção. Segundo Franzé Santos, o relações públicas do espaço, as duas salas somam 360 lugares, e não 600, como foi publicado ontem. Ele afirma ainda que, até 2005, período em que foi gerente das salas, a média de público por fim de semana era de 10 mil espectadores, e que, atualmente, esse número gira em torno de 1 mil. “Antes, as salas não comportavam o público. Eram filas que dobravam quarteirão. Fizemos mostras maravilhosas”, lembra Franzé.
Para ele, o cinema passa por um processo de decadência devido à má administração da atual gerência paulista, e, não, especificamente do Centro Dragão do Mar. “Antes, os funcionários assistiam aos filmes, eram treinados. O cinema ficou sendo o queridinho da cidade, foi eleito pela crítica como o melhor. Hoje, a administração optou por um caminho diferente, que afundou”, critica.
Para o filósofo e mestre em sociologia Adriano Caetano, o baque da perda do Espaço Unibanco é apenas um dos problemas que o Dragão do Mar tem urgência em enfrentar. “A insegurança no entorno do Dragão é constante”, aponta o também membro do Conselho de Leitores do O POVO. Adriano diz ter diminuído a frequência com que acompanha a programação do centro cultural nos últimos cinco anos, sobretudo pelo aumento dos casos de violência. Embora afirme considerar o cinema como um dos pontos fortes do equipamento, o pesquisador destaca que a impressão da situação atual do Dragão é de abandono. “O Governo deixou de ter o equipamento como uma prioridade”, opina. “Precisa de mais cuidado, mais segurança. Antes, a estrutura era melhor. Dá impressão que o Governo não tem mais o Dragão como um aparelho cultural, parece que ele está ali como um elefante branco, descuidado. Com o tempo, houve uma requalificação daquela área, mas não foi completa. As pessoas estão sendo assaltadas, a programação também caiu muito na qualidade”, reclama.
Fonte: O Povo
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por isso esta matéria foi retirada na íntegra da fonte acima citada, portanto,
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